O que é transtorno do pânico?
O Transtorno do Pânico é considerado um transtorno de ansiedade que é caracterizado por crises de intensa ansiedade e medo. Normalmente tais crises são repentinas e inesperadas e uma vez que a pessoa vivencia uma crise, ela fica com medo de ter novas crises, desenvolvendo nela o “medo de ter medo” novamente.
As pessoas que já passaram por uma crise de pânico sabem o quanto ela é desconfortável. A pessoa que apresenta a crise do pânico tem a sensação, no momento da crise, de estar morrendo ou tendo um ataque cardíaco por causa dos seguintes sintomas: taquicardia, sensação de falta de ar, sensação de aperto no peito, formigamento nas extremidades, calafrios ou ondas de calor, enjôo, sensação de estar perdendo o controle ou de estar ficando louco, sensação de desmaio, sudorese difusa (no corpo todo) ou localizada (mãos e pés), despersonalização (a pessoa tem a sensação de não ser ela mesma, sensação de sair do seu próprio corpo; esta sensação pode acontecer com pessoas ansiosas no momento ou fora do momento de crise do pânico) ou desrealização (sensação de o ambiente em volta ser ou estar diferente). Apesar da sensação de morte iminente, ataque cardíaco ou enlouquecimento, o pânico não mata ninguém! Mas é importante que, apresentando estes sintomas, a pessoa consulte um médico e se submeta a exames cardíacos e neurológicos para que qualquer possibilidade de presença de problemas físicos seja descartada.
Uma característica fundamental que diferencia um ataque de pânico de um ataque cardíaco ou enlouquecimento é o medo. Quando temos um ataque cardíaco ou surtos psicóticos, não há a sensação de medo envolvida, e no pânico sempre haverá o medo presente.
O ataque de pânico é autocontrolável, ou seja, por mais que você não faça nada para que ele termine, o próprio corpo fará com que ele cesse. Isto acontece porque quando o coração dispara e sentimos a taquicardia e a conseqüente falta de ar (sistema nervoso simpático funcionando), isto se torna um alerta para que o sistema nervoso parassimpático entre em ação, fazendo com que os movimentos do coração diminuam e sejam novamente equilibrados e isto faz com que muitos outros sintomas – falta de ar, formigamento, dor no peito, etc. – desapareçam. Por isso, não fique preocupado se não conseguir controlar o pânico porque o seu próprio corpo entrará em ação!
Aqui vão algumas dicas para quando você sentir que vai ter uma crise de pânico ou se você estiver tendo uma:
1) Primeiro de tudo, respire fundo, inspirando e expirando lentamente. É comprovado cientificamente que o exercício da respiração corta as crises de pânico em quase todos os casos! Isto acontece porque um dos sintomas na crise do pânico é a taquicardia, ou seja, a aceleração do coração, que nos dá a sensação de que vamos morrer, ter um ataque do coração ou nos descontrolarmos. Mas isto não acontece na crise do pânico; é só uma sensação! E quando respiramos lentamente, a respiração regula novamente os batimentos cardíacos, fazendo com que a os batimentos cardíacos voltem ao normal e, desta forma, diminua a sensação de falta de ar, de sufocamento e outras coisas ruins que sentimos quando temos o pânico.
2) Procure concentrar-se em alguma coisa fora de você quando sentir que terá o pânico ou se já estiver tendo. Olhe para alguma coisa que esteja acontecendo ao seu redor e preste atenção naquilo. Quando temos o pânico, a nossa tendência é de nos concentrarmos muito em nós mesmos, no que estamos pensando, no que estamos sentindo e quando desviamos a nossa atenção para algo fora de nós mesmos a sensação do pânico vai diminuindo. Faça isso junto com a respiração.
3) Aceite a sua ansiedade! Quando temos o pânico podemos não aceitar que estamos ansiosos e quanto mais pensarmos “eu não posso estar ansioso”, acabamos nos sentindo mais ansiosos ainda por percebermos que a ansiedade não vai embora!
4) Quando se sentir muito ansioso e com pânico, chame alguém e peça para que fique com você por alguns minutos. A companhia de alguém nestas horas pode ser importante para nos sentirmos melhor. As crises de pânico duram poucos minutos e não matam, por mais que a sensação seja a de que você vai morrer!
Pessoas com Transtorno do Pânico podem freqüentemente desenvolver o que chamamos de Agorafobia. Agorafobia também é um transtorno de ansiedade que faz com que a pessoa evite permanecer ou até mesmo ir a lugares ou situações nos quais qualquer escape – no caso de ter pânico ou algum mal estar – seria difícil ou embaraçoso. A pessoa que já viveu ataques de pânico pode desenvolver também o medo de ir a lugares onde ela já teve o ataque de pânico anteriormente. Por isto, o Transtorno do Pânico pode prejudicar a vida profissional, social e estudantil da pessoa envolvida. Caso ela tenha um ataque de pânico no ambiente de trabalho, o medo de voltar àquele lugar pode ser grande o suficiente para que a pessoa não queira mais ir até lá. Isto pode fazer com que os pacientes com o pânico fiquem dependentes de outras pessoas para saírem de casa ou fazerem quaisquer atividades nas quais o medo de ter o pânico esteja presente.
Portanto, se você está com o Transtorno do Pânico procure ajuda especializada e adequada de um psiquiatra e um psicólogo. É possível que nos meses iniciais seja necessário o uso de algum medicamento, dependendo do grau da ansiedade, para que a ansiedade muito alta – que faz com que os ataques de pânico aconteçam – seja controlada e a pessoa volte às suas atividades normais. Mas é importante também que, além do medicamento (que normalmente é temporário), a pessoa procure entender e trabalhar com possíveis conflitos que estejam contribuindo para esta ansiedade. A ajuda do psicólogo, neste caso, é fundamental.
O mundo em depressão
Você tem percebido que uma onda de casos de depressão tem invadido nosso círculo social? Segundo projeções da Associação Mundial de Psiquiatria, em 2020 a depressão será a segunda doença mais comum no mundo, perdendo apenas para as doenças cardiovasculares. Estima-se que o Brasil possua 13 milhões de pessoas sofrendo de depressão. No mundo, são 340 milhões e cerca de 850 mil suicídios/ano provocados por ela, de acordo com dados da OMS.
Depressão é diferente de tristeza e infelicidade. Também não é preguiça, falta de fé ou força de vontade. A depressão é uma desordem afetiva, em que a pessoa sente uma persistente tristeza ou vazio, perda de interesse pela vida, sentimentos de culpa ou desvalor, dificuldade de concentração e memória, diminuição da energia, podendo apresentar inclusive ideias suicidas quando parece não mais haver saída ou esperança de melhora. Essas pessoas apresentam um desequilíbrio na química cerebral, e seus neurônios não respondem bem aos estímulos e têm sua comunicação prejudicada. Essas alterações podem ser vistas em sofisticados exames de imagem, como o PET scan, que evidencia uma diminuição da função do lobo frontal de cérebro.
Existem muitos fatores que podem contribuir para o surgimento da depressão, por exemplo: fatores genéticos, deficiência de vitaminas, alterações hormonais, estilo de vida inadequado, divórcio e outros problemas conjugais, sentimento de abandono, morte de um ente querido, traumas e maus tratos na infância, etc. A primeira opção de tratamento que as pessoas buscam são os medicamentos antidepressivos, como a conhecida fluoxetina e a moderna venlafaxina. Em geral, esses medicamentos apresentam efeitos adversos e não resolvem o problema em todos os casos. Não importa quais forem as causas, a depressão tem solução. Porém, muitas vezes o segredo não está na farmácia ou no médico, mas numa maneira diferente de enxergar o sentido da vida e na resolução das causas e conflitos.
Sim, você pode ser feliz! A primeira coisa a ser feita é eliminar da mente os pensamentos negativos. Procure se concentrar nas coisas boas da sua vida. As pessoas com depressão tendem a concentrar toda a sua atenção e energia em pequenos pontos negativos, e torná-los muito maiores do que verdadeiramente são. Sim, a sua vida tem sentido, existem pessoas que gostam de você, vale a pena viver e há esperança! Lembre-se de que, para Deus, você é muito importante. Ele tem um plano especial e maravilhoso para a sua vida. Você precisa buscá-Lo para descobri-lo.
A sua dieta também influencia a saúde mental. No fim de dezembro, pesquisadores de Londres provaram que comida processada e rica em gordura aumenta o risco de depressão em 58%. Já aqueles com uma dieta rica em vegetais e frutas apresentam chances menores de apresentar os sintomas. Inclua os seguintes alimentos na sua dieta: arroz integral, repolho, couve, castanha do Pará, abóbora, feijão, frutas, cereais integrais e verduras cruas.
Exponha-se ao sol 15 minutos por dia. Faça caminhadas ao ar livre. Se você não sente vontade para dar os primeiros passos, peça para alguém acompanhÁ-lo(a). A erva de São João (Hypericum perforatum) é uma ótima alternativa aos antidepressivos, com eficácia comprovada e menos efeitos adversos. Entretanto, não é recomendado usá-la em combinação com outros antidepressivos e sem recomendação médica.
E o mais importante: aprenda a lidar com os sentimentos. Sinta os sentimentos, mas sem deixar que eles o(a) dominem. ”No dia da prosperidade, goza do bem; mas, no dia da adversidade, considera em que Deus fez tanto este como aquele…” (Ec 7:14). Busque a paz com Deus e com as pessoas. Perdoe-se a si mesmo(a) e aos outros. Tenha paciência… dias melhores virão!